No combate à dengue, o inimigo é o mosquito Aedes aegypti. E os pesquisadores têm uma notícia importante para os brasileiros: eliminar depósitos de água parada já não é mais suficiente.
O inimigo é pequeno, mas esperto. “O mosquito da dengue tem várias, em todos os estágios de vida, do ovo, da larva e do adulto, para escapar de ser erradicado”, explica Ricardo Lourenço, pesquisador da Fiocruz.
Quem pensa que é só se livrar da água e que não há mais chance de o mosquito aparecer está enganado.
No laboratório da Fiocruz, o ciclo de vida do mosquito da dengue é estudado nos mínimos detalhes. Os ovos do Aedes aegypti são resistentes. Eles podem ficar de seis meses até um ano dentro de potinhos, garrafas, pratinhos de planta. Mas, ao entrar em contato novamente com a água, bastam dez minutos para as larvas começarem a nascer. Em uma semana, o mosquito atinge a fase adulta.
“Os ovos, como estão presos na parede interna de um frasco, não adianta jogar só água porque os ovos não saem. Você tem que esfregar a parede interna do frasco para os ovos poderem desgarrar”, orienta o pesquisador.
As larvas também têm seus truques. Elas se escondem.“Na hora em que você vai pegar a água em um pote, as larvas fogem para o fundo, para fugir da claridade”, diz Ricardo Lourenço.
Informações como estas são passadas agora para as donas de casa no Rio de Janeiro, onde o alerta é de epidemia no próximo verão.
Ao todo, 556 municípios do país estão fazendo um levantamento do índice de infestação pelo Aedes aegypt. O Ministério da Saúde prepara um mapa de onde há risco de epidemia.
Uma das maneiras de evitar a doença é conhecer bem o inimigo. Dona Enite nem imaginava que na hora de trocar a água do cachorro, as larvas são capazes de nadar e permanecer dentro do recipiente. “Daí a importância de estar sempre esfregando com sabão, não basta apenas trocar a água”, alerta um agente.
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